Caminhar segundo o Espírito como peregrinos nesta terra | Palavra do fundador - Janeiro 2023

 

“Conduzi-vos pelo Espírito e não satisfareis os desejos da carne (...) Se vivemos pelo Espírito, pelo Espírito pautemos também nossa conduta.”

(Gl 5, 16.25)

Reunir-se “em nome do Senhor” e decidir caminhar todos juntos em direção a um objetivo comum é da ordem do milagre. No entanto, é isso que vivem os cristãos que participam de um movimento, de uma comunidade (antiga ou nova), ou de uma associação. Mas precisamos definir o que significa a expressão do Apóstolo Paulo “caminhar segundo o Espírito”.

O Papa Francisco nos dá uma interpretação:

“Há um estilo: caminhar segundo o Espírito Santo. Com efeito, crer em Jesus significa segui-Lo, ir atrás Dele no Seu caminho, como fizeram os primeiros discípulos. E significa, ao mesmo tempo, evitar o caminho oposto, o do egoísmo, de procurar o próprio interesse, ao qual o Apóstolo chama ‘desejo da carne’ (v. 16). O Espírito é o guia neste caminho pela vereda de Cristo, um caminho maravilhoso, mas também cansativo, que começa no Batismo e dura a vida inteira. Pensemos numa longa excursão nas montanhas: é fascinante, a meta atrai-nos, mas requer muito esforço e tenacidade.” 1

Esta imagem de uma caminhada na montanha pode nos ajudar a entrar no mérito das palavras do Apóstolo, ou seja, na graça deste percurso espiritual, mesmo se, às vezes, possa ser difícil: “caminhar segundo o Espírito”, “ deixar-se guiar” por Ele.

Porque, para entrar neste caminho e se pôr “na estrada” com os companheiros de caminhada, é necessário sair da estrutura habitual da vida e, muitas vezes, exige também deixar o seu conforto, suas seguranças, suas facilidades e comodidades. Este desapego da nossa vida ordinária muitas vezes incomoda, desestabiliza mas, num segundo momento, é percebido como um benefício e até mesmo como uma libertação profunda. Mas devemos pensar também nos encontros gratificantes que descobrirão aqueles que se puseram a caminho. É muito interessante ler nos Evangelhos as circunstâncias surpreendentes que acompanham os “encontros” que Jesus faz. Tomemos como exemplo a passagem de Mc 10, 17-22, o relato de seu encontro com um jovem no caminho entre a Galileia e Jerusalém:

“Ao retomar o Seu caminho, alguém correu e ajoelhou-se diante Dele, perguntando: ‘Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?’ Jesus respondeu: ‘Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão só Deus. Tu conheces os mandamentos: Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe’. Então ele replicou: ‘Mestre, tudo isso eu tenho guardado desde minha juventude’. Fitando-o, Jesus o amou e disse: ‘Uma só coisa te falta: vai, vende o que tens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me’. Ele, porém, contristado com essa palavra, saiu pesaroso, pois era possuidor de muitos bens.” (Mc 10, 17-22)

No contexto da abertura do processo sinodal, o Papa Francisco (em sua homilia de 10 de outubro de 2021), comentando este relato do Evangelho de Marcos 10, sublinha três ações de Cristo: Jesus a caminho, primeiro encontra o homem rico, depois escuta suas questões, e finalmente o ajuda a discernir o que precisa fazer para ter a Vida Eterna. Estas são três ações providenciais que certamente não teriam acontecido se Jesus não tivesse se colocado em sua jornada.

Tomemos nota sobre as três ações de Jesus indicadas pelo Papa:

Encontrar: ‘Bom Mestre, o que devo fazer para ter a Vida Eterna?’ (v.17) Uma questão tão importante exige atenção, tempo, disponibilidade para encontraro outro e deixar-se interpelar pela sua inquietação.De fato, o Senhor não fica indiferente, nem Se mostraaborrecido ou incomodado; pelo contrário, detém-Secom ele. Está disponível para o encontro. Nada Odeixa indiferente, tudo O apaixona. Encontrar osrostos, cruzar os olhares, partilhar a história de cadaum: tal é a proximidade de Jesus. Ele sabe que umencontro pode mudar a vida. E o Evangelho estáconstelado de encontros com Cristo que reanimam ecuram. Jesus não tinha pressa, não olhava o relógio para terminar depressa o encontro. Estava sempre ao serviço da pessoa que encontrava, para a escutar.” 2 Também somos chamados a “tornar-nos peritos na arte do encontro”, continua o Papa. Como bem sabemos “cada encontro, exige abertura, coragem, disponibilidade para se deixar interpelar pelo rosto e pela história do outro. O encontro muda-nos e, muitas vezes, sugere-nos novos caminhos que não pensávamos percorrer”. 3

Escutar: “Um verdadeiro encontro só pode nascer da escuta”, continua o Papa Francisco: “Jesus coloca-Se à escuta da pergunta daquele homem e da sua inquietação religiosa e existencial. Não dá uma resposta ritual, não oferece uma solução pré-fabricada, nem finge responder com amabilidade apenas para Se livrar dele e prosseguir o seu caminho. Simplesmente o escuta. Escuta-o todo o tempo que for preciso, sem pressa. E – a coisa mais importante – Jesus não tem medo de o escutar com o coração. (...) Quando ouvimos com o coração, o outro sente-se acolhido, não julgado, livre para contar a sua vivência e o próprio percurso espiritual.” 4

“Qual é a qualidade da escuta do nosso coração? – pergunta o Papa – “Permitimos que as pessoas se expressem, caminhem na fé mesmo se têm percursos de vida difíceis (...)?” 5 “O Espírito Santo sempre sopra de maneira surpreendente”, mas Ele não é nem curioso nem tagarela. Ele sugere e inspira, ao longo do caminho, percursos e linguagens novos e surpreendentes.

O Papa continua seu comentário:

“(...) evitando respostas artificiais e superficiais, respostas prontas-a-vestir… essas não! O Espírito pede para nos colocarmos à escuta das perguntas, angústias, esperanças de cada Igreja, de cada povo e nação; e também à escuta do mundo, dos desafios e das mudanças que o mesmo nos coloca. Não insonorizemos o nosso coração, não nos blindemos nas nossas certezas. Frequentemente as certezas fecham-nos em nós mesmos. Escutemo-nos.” 6

Discernir: “O encontro e a escuta recíproca não são – especifica o Papa – um fim em si mesmos, deixando as coisas como estão. Quando entramos em diálogo, pomo-nos em questão, pomo-nos a caminho e, no fim, já não somos os mesmos de antes, mudamos. Assim no-lo mostra o Evangelho de hoje. Jesus intui que o homem à sua frente é bom, religioso e pratica os mandamentos, mas quer conduzi-lo para além da simples observância dos preceitos. No diálogo, ajuda-o a discernir. Propõe-lhe olhar dentro de si próprio, à luz do amor com que Ele mesmo – ao fixá-lo – o ama (cf. Mc 10, 21), e, nesta luz, discernir a que é que está verdadeiramente apegado o seu coração; para depois descobrir que o seu bem não passa por aumentar o número de atos religiosos, mas, ao invés, esvaziar-se de si mesmo: vender aquilo que preenche o seu coração, para dar espaço a Deus.” 7

“O processo sinodal é um princípio de discernimento espiritual e eclesial, que se faz–continua o Papa na adoração, na oração, em contato com a Palavra de Deus.” 8

“Nestes dias, Jesus chama-nos – como fez com o homem rico do Evangelho – a esvaziar-nos, a libertar- nos daquilo que é mundano e também dos nossos fechamentos e dos nossos modelos pastorais repetitivos, a interrogar-nos sobre aquilo que Deus nos quer dizer neste tempo e sobre a direção para onde Ele nos quer conduzir.

Queridos irmãos e irmãs, bom caminho em conjunto! Sejamos peregrinos enamorados do Evangelho, abertos às surpresas do Espírito Santo. Não percamos as ocasiões de graça do encontro, da escuta recíproca, do discernimento.” 9

Como peregrinos nesta terra

O Documento de Trabalho Preparatório para o Sínodo especifica desde o primeiro capítulo: “Com efeito, o nosso ‘caminhar juntos’ é o que mais implementa e manifesta a natureza da Igreja como povo de Deus peregrino e missionário” 10.

Meditamos sobre um aspecto fundamental da vida cristã: estar em posição de caminhar juntos... Mas ainda precisamos especificar a direção-orientação desta caminhada. Ela é claramente de natureza cristológica, pois parte de Cristo (de nosso encontro com Ele) e vai em direção a Cristo (em nosso próximo encontro escatológico com o Senhor). Desta forma, esta caminhada pode tornar-se não apenas uma experiência limitada no tempo, mas também uma vida “vocacional”.

As Sagradas Escrituras atestam que nesta vida todos nós somos “estrangeiros e viajantes”.

“Amados, exorto-vos, como a estrangeiros e viajantes neste mundo, a que vos abstenhais dos desejos carnais que promovem guerra contra a alma. Seja bom o vosso comportamento entre os gentios, para que, mesmo que falem mal de vós, como se fôsseis malfeitores, vendo as vossas boas obras glorifiquem a Deus, no dia da Sua Visita.” (1Pd 2, 11-12)

“E se chamais Pai aquele que com imparcialidade julga a cada um de acordo com suas obras, comportai-vos com temor durante o tempo de vosso exílio.” (1Pd 1, 17)

A palavra “peregrino” (do latim “peregrinus” significa “viajante de outro país”), é a tradução latina do grego: “Paróikos”.

“Paróikos” é a palavra do Novo Testamento traduzida como “estrangeiro e viajante” (cf. 1Pd 2,11), assim como “parokía”, “paróquia” é a palavra traduzida como “viagem” ou “exílio” (cf. 1Pd 1,17).

O significado é claro: em grego, “pará” é um advérbio e significa “ao lado” e “oikía” é o substantivo que significa “morada”.

Na Carta de Pedro, o significado das palavras “estrangeiros, viajantes e exilados” é traduzido como “aquele que mora ao lado, não dentro, mas perto”. O termo passou a designar uma pessoa que vive em um lugar por um curto período, um homem de passagem, ou um exilado de sua pátria; “paroikía” indica assim uma “ habitação provisória”.

O Cardeal Raniero Cantalamessa comenta estes versículos, dando - lhes toda a sua amplitude teológica: “A vida dos cristãos é uma vida de peregrinos e forasteiros, pois eles estão ‘no’ mundo, mas não ‘do’ mundo (cf. Jo 17, 11.16); pois a sua verdadeira pátria está nos céus, de onde esperam que venha Jesus Cristo Salvador (cf. Fl 3, 20); pois aqui eles não têm uma morada fixa, mas estão a caminho para a futura (cf. Hb 13, 14). Toda a Igreja não é mais do que uma grande ‘paróquia’.” 11

Em sua pregação, o Cardeal nos diz: “A Epístola a Diogneto, do século II define os cristãos como homens que ‘ habitam em suas próprias pátrias’, mas suportam tudo como estrangeiros (paróikos). Participam em tudo como os cidadãos, mas o suportam tudo como estrangeiros domiciliados. Toda terra estranha lhes é pátria, e toda pátria lhes é estranha. Eles cumprem todos os seus deveres como cidadãos e suportam todos os fardos como estrangeiros.” 12

O estrangeiro – segundo o Cardeal Cantalamessa – sente-se espiritualmente chamado a viver “outra coisa” do que estar apenas reduzido ao mundo que passa e cansa.

O Cardeal prossegue dizendo:

“Sua qualidade de ser ‘estrangeiros’ é escatológica, não ontológica; ou seja, o cristão sente-se um estrangeiro por vocação, não por natureza; enquanto que está destinado a outro mundo, e não enquanto que procede de outro mundo. O sentimento cristão de reconhecer-se estrangeiro” se fundamenta na ressurreição de Cristo: ‘Se haveis ressuscitado com Cristo, buscai as coisas do alto’ (Cl 3, 1). Por isso, não anula a criação nem sua bondade fundamental.” 13

Esta precisão é importante porque, com efeito, o encontro pessoal com o Cristo Vivo e Ressuscitado nos dá “um antegosto” do céu, e é por isso que as realidades humanas e terrenas se tornam relativas como algo que passa.

“Se, pois, ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Pensai nas coisas do alto, e não nas da terra, pois morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus: quando Cristo, que é a vossa vida, se manifestar, então vós também com ele sereis manifestados em glória.” (Cl 3, 1)

Especifiquemos que, se para os “peregrinos”, as coisas da terra se tornaram relativas, no entanto, isso não significa que se tornaram insensatos, instáveis nem inadaptados às realidades do mundo de seu tempo. Ao invés de ser uma deficiência, eles são colocados na frente de outras realidades, que até então estavam como que veladas. Pode-se dizer que uma nova aventura se abre a partir do encontro com o Senhor Vivo. Uma aventura comparável à da pessoa que está vivendo uma paixão amorosa. É assim que os santos o expressam, entre eles Santa Ângela de Foligno:

“Se um filho de Deus conhecesse e saboreasse o amor divino, Deus incriado, Deus encarnado, Deus apaixonado, que é o sumo bem, dar-Lhe-ia tudo,livrar-se-ia não só das outras criaturas, mas até de si próprio, e, com tudo o que é, amaria este Deus de amor até se transformar todo no Deus-Homem, sumamente Amado.”14

Não se trata de uma exclusão voluntária das coisas criadas como “por repugnância ou resignação”, pois quem poderia duvidar daquilo que vem de Deus e de seus dons, como salienta São Tiago:

“Todo dom precioso e toda dádiva perfeita vêm do alto e desce do Pai das luzes, no qual não há mudança nem sombra de variação. Por vontade própria Ele nos gerou pela palavra de verdade, a fim de sermos como que as primícias dentre Suas criaturas.” (Tg 1, 17-18)

Pelo contrário, é uma questão de começar a caminhar com outros irmãos e irmãs (que não escolhemos), para iniciar um caminho que nos permitirá suscitar e libertar as questões mais profundas. Questões que estão muitas vezes escondidas nos corações, mas que podem fazer emergir as expectativas mais verdadeiras e motivadoras de suas vidas, começando a respondê- las com escolhas e experiências concretas.

São João Paulo II falou repetidamente da experiência vocacional como uma experiência de “amor apaixonado”:

“O amor apaixonado por Jesus Cristo é uma atração poderosa sobre os outros jovens, que Ele, na sua bondade, chama a segui-Lo de perto e para sempre. Os nossos contemporâneos querem ver, nas pessoas consagradas, a alegria que brota do fato de estar com o Senhor.” 15

São João Paulo II em sua Carta Apostólica “No início do novo milênio” nos convida a “partir de Cristo”. Em um contexto da Igreja em movimento ele escreve:

“Uma imagem palpável da Igreja peregrina, daquela Igreja que vive, como diz Santo Agostinho, ‘no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus’. A nós, é-nos concedido apenas observar a face mais exterior deste acontecimento singular. Quem pode calcular as maravilhas da graça, que se realizaram nos corações? O melhor é calar e adorar, confiando humildemente na ação misteriosa de Deus e cantando o seu amor sem fim: ‘Misericordias Domini in aeternum cantabo!’” 16.

Santa Teresa do Menino Jesus, proclamada Doutora da Igreja pelo Papa São João Paulo II, é assim reconhecida como uma perita em scientia amoris:

“Compreendi que a Igreja tinha um Coração, e que este Coração era ardente de amor. Compreendi que só o Amor fazia agir os membros da Igreja (...). Compreendi que o Amor encerra todas as vocações, que o Amor é tudo.” 17

Durante o congresso comemorativo do 40º aniversário do decreto conciliar sobre a renovação da vida consagrada, “Perfectae Caritatis”, no Vaticano, em 27 de setembro de 2005, o Cardeal Franck Rodé, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, declarou:

“O melhor caminho de discernimento e resposta a uma vocação de consagração especial, continua a ser a que Jesus propôs a João e André: ‘Vinde e vede! É estar loucamente apaixonado por Jesus Cristo, esta aventura é sempre a maior que pode acontecer a um homem e a uma mulher. A quantos ouvem em seu coração a voz do Espírito que o chama a seguir Cristo neste caminho exigente mas entusiasmante da vida consagrada, eu digo não tenham medo... de olhar a experiência dos apóstolos, da Virgem Mãe de Jesus... de confiar no amor.”

Finalmente, se quisermos verificar se nossa caminhada é boa e se estamos no caminho certo como verdadeiros peregrinos e amigos do Senhor, façamos simplesmente este exame de consciência proposto pelo evangelista São João:

“Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Aquele que não ama permanece na morte.” (1Jo 3, 14)

Não esqueçamos que esta peregrinação não é apenas pessoal, é a caminhada de um povo na fé e segundo o Espírito do Senhor. O Cardeal Charles Journet escreveu páginas memoráveis sobre esta Igreja em movimento em seu belo livro “A Igreja do Verbo Encarnado” (L’Eglise du Verbe Incarné):


“A Igreja peregrina, que só pode se manter no tempo pela substituição perpétua de seus membros, só pode se abrir à verdade e à fé, só pode subsistir na santidade enoamor,peladescidaincessantesobreeladasmissõesinvisíveis do Verbo e do Espírito. Entretanto, essas missões não ocorrem de maneira igual. Em certosmomentoselas são maisintensas, mais maravilhosas. Grandes efusões de luz e amor, acompanhadas de milagres e profecias, são derramadas sobre a Igreja. Talvez sejam tempos de paz, quando a disciplina é mais regular, quando os conventos se multiplicam, quando a doutrina é pregada e explicitada, quando a vida cristã se desdobra livremente, quando as instituições missionárias florescem. E é, talvez, nos momentos mais sombrios, quando a perseguição causa a apostasia de milhares de almas, e o Espírito Santo parece querer redimir, pela intensidade do fervor de alguns grandes santos e pela frequência do heroísmo entre os mártires, as perdas visíveis sofridas em número e em extensão. A razão para estes ritmos nos escapa. Só será descoberta à luz da vida após a morte. Mas aqui na Terra, no curso de sua peregrinação duas vezes milenar, a Igreja da Nova Lei tem uma experiência sempre instrutiva de sua própria fraqueza e do poder de Deus dentro dela. Ela toma uma consciência mais plena e atenta ao modo como Cristo pretende imprimir nela a semelhança de seus próprios combates, suas humilhações, suas vitórias paradoxais, e prepará-la silenciosamente para as grandes lutas finais que a esperam na manifestação do Anticristo.” 18

Que esta santa e profética visão teológica do Cardeal Journet provoque em nós o desejo de reconhecer em nosso tempo as missões invisíveis do Verbo e do Espírito Santo.

1 Papa Francisco, em Audiência Geral, 03 de novembro de 2021.

2 Papa Francisco, Homilia na Celebração para abertura do Sínodo sobre sinodalidade, 10 de outubro de 2021. 3 Ibidem 4 Ibidem 5 Ibidem

6 Papa Francisco, Homilia, Celebração para abertura do Sínodo sobre sinodalidade, 10 de outubro de 2021. 7 Ibidem

8 Ibidem.   9 Ibidem.

10 Documento Preparatório para o Sínodo 2023, n. 1.

11 Cardeal Raniero Cantalamessa, Comentário do Evangelho Mt 25,1-13, no semanário italiano católico “Famiglia cristiana”, 4 de novembro de 2005. Tradução realizada por Zenit. 12 Ibidem
“Se um filho de Deus conhecesse e saboreasse o amor divino, Deus incriado, Deus encarnado, Deus

14 Ângela de Foligno, O livro da Beata Ângela de Foligno, Grattaferrata,1985,

n. 683. Citado por Papa São João Paulo II, Vita Consecrata, 1996, n. 104.

15 Papa São João Paulo II, Vita Consecrata, 1996, n. 109.

16 Idem, Novo Millennio Ineunte, 2001, n. 8.

17 Santa Teresinha do Menino Jesus, Manuscrito B, 3v.

18 Cardeal Charles Journet, L’Eglise du Verbe incarné (A Igreja do Verbo Encarnado), cap. IV, 2