Desejar e esperar viver novas conversões | Palavra do fundador - FEVEREIRO 2023

 

Rezar por nossa conversão e por aquela dos que amamos e conhecemos é certamente um bom exercício para esta nova Quaresma que está prestes a começar. Quantas histórias nos mostram a importância desta oração. Santo Agostinho tornou-se o santo Bispo e Doutor da Igreja graças às intercessões e súplicas fervorosas da sua mãe Mônica.

    O cardeal-teólogo Charles Journet expressa admiravelmente este processo de intercessão em vista da conversão:

“A conversão de Agostinho depende das orações de Mônica, que dependem, elas próprias, da oração de Cristo. Que não se diga que Mônica não carrega nada. Nem se deve dizer que o que Mônica carrega, Cristo não tem de carregar: Ele carrega Mônica que carrega Agostinho. A mediação redentora é a que carrega totalmente o peso do mundo; a mediação co-redentora pode carregar fardos muito pesados, mas apenas na medida em que é dada para ser ela mesma realizada pela mediação única da redenção.” 1

Por outro lado, é evidente que São Lucas, no livro dos Atos dos Apóstolos, estabelece uma estreita ligação entre o martírio de Estêvão (que intercede pelos seus executores) e a conversão de Saulo de Tarso (cf. At 7, 58-60; 8, 2-3). A este respeito, num dos seus sermões, Santo Agostinho perguntou a seus diocesanos de Hipona: 81

“Meus irmãos, antes que Saul tivesse a fé, é verdade ou não, que os fiéis rezavam por ele? Se você responder não, por que razão então Estêvão clamou: ‘Senhor, não lhes imputeis este pecado’? Rezaram por Saul e pelos outros infiéis, para que acreditassem. Eles não tinham ainda a fé, mas graças às orações dos fiéis, a receberam.” 2

É fundamental o poder da oração perseverante e fiel para obter a conversão, quer seja a nossa própria ou a de pessoas que nos são queridas. Porque a graça da conversão não é somente necessária uma vez por todas, mas deve ser pedida repetidamente e em vários pontos ao longo da nossa vida. Podemos perceber, na vida dos primeiros discípulos, as suas necessidades de se adaptarem às diferentes ocasiões, ensinamentos e pedidos do Senhor.

Duas palavras para descrever várias conversões: epistrophê e metanoia

A experiência da conversão interior, quer seja intelectual, cultural, social ou espiritual, é conhecida entre os povos e culturas antes do cristianismo.

“Depois de Platão, nas escolas estóicas, epicuristas e neoplatônicas, tratava-se menos de converter a cidade do que de converter os indivíduos. A filosofia torna-se essencialmente um ato de conversão. Esta conversão é um acontecimento provocado na alma do ouvinte pela palavra de um filósofo. Corresponde a uma ruptura total com a forma habitual de viver.” 3

Desde a antiguidade, a língua grega utiliza duas palavras para falar de “conversão”: epistrophê e metanoia, e seus dois verbos correspondentes: epistrepheïn e metanoeïn. Estes dois termos abrangem a noção de conversão, designando duas formas diferentes de concebê-la e de vivê-la.

“Conversão” vem do latim “conversio”, que indica o ato de virar-se. A palavra conversio, tal como convertere, corresponde às duas palavras gregas traduzidas de acordo com os seus respectivos significados.

Epistrophê é o equivalente do termo em latim conversio e significa um “retorno” ou “regresso”, indicando tanto um retorno à fonte, como um retorno ao caminho ou, ainda, a uma aliança; acompanhado, eventualmente, de uma dimensão penitencial. No sentido físico do termo, trata-se de fazer uma inversão de direção.

No seu sentido bíblico, o termo refere-se a uma reciprocidade, diz respeito a Deus assim como diz respeito igualmente ao homem (cf. Ml 3, 7; Zc 1, 16; At 15, 3).

A mudança manifesta-se na passagem de uma atitude para outra (cf. At 3, 19; 26, 20). Deus volta-se para o Seu Povo e o chama a se voltar e a retornar, por sua vez, para Ele. A epístrofe bíblica está inteiramente relacionada à aliança, no sentido da reciprocidade conjugal: “Eu sou do meu amado, seu desejo o traz a mim” (Ct 7, 11): “Voltai” é o pedido do Senhor e o povo, por sua vez, suplica ao Senhor dizendo: “Voltai, Senhor”!

Metanoia é o outro termo grego que indica uma mudança mais profunda do pensamento e da mentalidade. Na dimensão judaico-cristã e batismal, o termo evoca um novo nascimento através da passagem do pecado e da idolatria para o arrependimentzo. A palavra metanoia designa o fato de se voltar para Deus e sugere mais a ideia de uma conversão a Deus.

O termo grego metanoia é composto pela preposição μετά (meta), que indica “aquilo que vai além ou engloba”, e pelo verbo νοέω (perceber, pensar) que significa “mudança de pensamento” ou “de mentalidade” no sentido de uma conversão ou de uma transformação radical.

A conversão é indispensável à fé, porque converter-se significa abrir seu coração e sua inteligência a Deus que, com a ajuda da Sua graça, realiza verdadeiras mudanças. Produz o abandono do pecado, bem como uma fidelidade nova ao Evangelho.

No discurso ao Rei Agripa, Paulo declara que devemos nos arrepender (métanoeïn) e retornar a Deus (cf. At 26, 20).

Metanoia, em sentido paulino, expressa uma mudança em vista de voltar-se para a verdade, a fim de conhecer a verdade.

São João Evangelista (particularmente no Apocalipse), lamenta a ausência de metanoia para glorificar a Deus. Mas esta metanoia não consiste apenas em afastar-se do mal, mas numa mudança (positiva) de conversão que se ajusta à vontade divina e aos mandamentos (cf. Ap 3, 3. 19; 16, 9).

O meio bíblico usa o verbo hebraico “shûv”, insistindo no sentido físico de um regresso à origem, bem como no seu sentido moral e espiritual (regressar do exílio, refazer os seus passos...).

Os primeiros discípulos de Jesus viveram uma segunda conversão: da inteligência

O tema da incompreensão dos discípulos de Jesus é assinalado de uma maneira particular no Evangelho de Marcos. A sua primeira conversão provoca uma “sequela Christi” (= seguir a Cristo) e é relatada nos primeiros capítulos do seu Evangelho. Mas depois, ao longo dos relatos, percebemos que esta conversão inaugural não é suficiente.

Para nós, assim como para os primeiros discípulos de Jesus, é necessário um dia se render à evidência que ainda há um caminho a percorrer e que devemos ser constantemente formados, educados na fé e às vezes corrigidos. Isto requer, justamente, uma atitude de acolhimento do movimento interior de conversão. É por isso que falamos de “conversão do coração” ou “conversão da consciência”.

Em Mc 8, 14-21, chegados ao meio do percurso do Evangelho de Marcos, Jesus descreve que os que estão de fora não veem, não ouvem e não compreendem... É bastante humilhante ter de se reconhecer nesta categoria, a dos surdos! “Sintoma” que designa justamente aqueles e aquelas que necessitam de conversão.

“Eles haviam esquecido de levar pães e tinham apenas um pão no barco. Ele recomendou então: ‘Cuidado! Guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes’. Eles, no entanto, refletiam entre si, porque não tinham pães. Mas, percebendo, Ele disse: ‘Por que pensais que é por não terdes pães? Ainda não entendeis e nem compreendeis? Tendes o coração endurecido? Tendes olhos e não vedes, ouvidos e não ouvis? Não vos lembrais de quando parti os cinco pães para cinco mil homens, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes?’ Disseram-lhes: ‘Doze’. – ‘E dos sete para quatro mil, quantos cestos de pedaços recolhestes?’ Disseram: ‘Sete’. Então lhes disse: ‘Nem assim compreendeis?’.” (Mc 8, 14-21)

O ouvinte deste relato pode perceber a importância de uma segunda conversão, aquela reservada aos discípulos que já percorreram uma primeira parte do caminho do chamado a segui-Lo.

A primeira conversão consistiu em levar o fiel a uma adesão à pessoa de Jesus como Messias.A segunda conversão destina-se a levar os discípulos aos princípios, às maneiras e às condições de vida deste Messias. Para isso, de fato, é necessário adquirir uma outra concepção do Messias e até mesmo uma outra concepção de Deus, o que pode estar em contradição com a sua mentalidade e opinião iniciais. Este foi precisamente o combate do Apóstolo Pedro para aceitar um Messias que escolheu voluntariamente o caminho da humilhação e da kénose.

O Cardeal Journet salienta este fato que nos deve encorajar à paciência no que concerne a nossa conversão e a conversão daqueles que nos são próximos:

“‘É um fato historicamente constatado’ que homens de profunda inteligência e de uma consciência até mesmo escrupulosa demoram por vezes muito tempo a ver plenamente a verdade católica e a segui-la irrevogavelmente... A vida íntima do Cardeal Newman antes da sua conversão definitiva nos oferece um exemplo muito notável.” 4

A conversão sinodal

O Papa Francisco, nos seus votos à Cúria Romana, em 23 de dezembro de 2021, apresentou o mistério do Natal como o mistério de Deus que vem ao mundo através do caminho da humildade.

“Encarnou: aquela grande synkatabasis!” Poderíamos traduzir como “humilde consentimento, condescendência”, inefável benevolência de Deus que se adapta a cada um... O Papa Francisco enfatiza o significado da palavra grega “synkatabasis!” no sentido de um movimento de rebaixar-se às menores criaturas, estar perto delas, colocando-se no seu nível.

Para imitar este divino movimento de descida é necessário renunciar a si mesmo para se colocar ao nível de cada pessoa. Este é o mesmo movimento que encontramos também no serviço do lava-pés sublinhado por João Evangelista.

Em seguida, o Papa Francisco esclarece a necessidade de viver uma conversão sinodal:

“A sinodalidade é um estilo, ao qual, os primeiros a converter-se, devemos ser nós. (...) Se a Igreja percorre o caminho da sinodalidade, nós devemos ser os primeiros a converter-nos a um estilo diferente de trabalho, colaboração, comunhão. E isto só é possível pelo caminho da humildade.” 5

O Papa Francisco, na mesma mensagem, cita dois autores franceses, entre os quais o teólogo Cardeal Henri de Lubac:

“Aos olhos do mundo, a Igreja, à semelhança do seu Senhor, tem sempre o aspecto de uma escrava. Aqui na terra existe sob a forma de serva. (...) Não é uma academia de cientistas, nem um cenáculo de espirituais refinados, nem uma assembleia de super-homens. Antes, é exatamente o contrário. Aglomeram-se os aleijados, os deformados, os miseráveis de toda a espécie; sobrepõem-se os medíocres (...); ao homem natural, enquanto não acontecer nele uma transformação radical, é difícil, ou melhor impossível, reconhecer neste fato o cumprimento da kenose salvífica, o traço adorável da humildade de Deus.” 6

6 Henri de Lubac, Meditação sobre a Igreja, 352. Citado em Papa Francisco, Discurso à Cúria Romana para as Felicitações de Natal, 23 de dezembro de 2021

O Papa cita ainda uma expressão do escritor Georges Bernanos sobre uma forma de tristeza orgulhosa:

“O soberbo, encerrado no seu pequeno mundo, já não tem passado nem futuro, já não tem raízes nem ramos e vive com o sabor amargo da tristeza estéril que se apodera do coração como ‘o mais precioso elixir do demônio’ 7

7 Georges Bernanos, Journal d’un curé de campagne, (Paris 1974), 135. Citado em Papa Francisco, Discurso à Cúria Romana para as Felicitações de Natal, 23 de dezembro de 2021 .

“Ao contrário – o Papa continuou – o humilde deixa-se guiar constantemente por dois verbos: recordar – as raízes – e gerar, fruto das raízes e dos ramos, vivendo assim a jubilosa abertura da fecundidade.” 8

Conversão ecológica

Finalmente, entre os diferentes níveis de conversão que o Papa Francisco pede, ele nomeia em Laudato Si’, a “conversão ecológica”. Significa uma mudança das práticas e reflexos na vida doméstica e social, acompanhada por uma preocupação com a solidariedade, de uma vida mais ecológica e de um progresso no respeito pelo ambiente e pela nossa “casa comum”.

Na verdade, trata-se de várias conversões culturais e ecológicas que Laudato Si’ nos convida a viver realmente, nas nossas formas pessoais e sociais de imaginar, pensar e agir em relação a criação de Deus. Porque esta relação mais justa, mais respeitosa e mais equilibrada com a natureza pressupõe uma ecologia das relações humanas, que o Papa São João Paulo II já realçou em 1979, na sua primeira Encíclica 9

Tomemos nota dos apelos precisos feitos pelo Papa Francisco num capítulo inteiro da sua Encíclica Laudato Si’ (capítulo III) sobre este tema da “conversão ecológica”:

“Precisamos de uma conversão que nos una a todos, porque o desafio ambiental que vivemos, e as suas raízes humanas dizem respeito e têm impacto sobre todos nós.” 10

10 Papa Francisco, Carta Encíclica Laudato Si’, n. 14.

“Se ‘os desertos exteriores se multiplicam no mundo, porque os desertos interiores se tornaram tão amplos’, a crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior. (...) Alguns cristãos, até comprometidos e piedosos, com o pretexto do realismo pragmático frequentemente se burlam das preocupações pelo meio ambiente. Outros são passivos, não se decidem a mudar os seus hábitos e tornam-se incoerentes. Falta-lhes, pois, uma conversão ecológica, que comporta deixar emergir, nas relações com o mundo que os rodeia, todas as consequências do encontro com Jesus.” 11

A conversão integral da pessoa “(...) a conversão em termos de reconciliação com a criação: ‘Para realizar esta reconciliação, devemos examinar as nossas vidas e reconhecer de que modo ofendemos a criação de Deus com as nossas ações e com a nossa incapacidade de agir. Devemos fazer a experiência duma conversão, duma mudança do coração’.” 12

“A conversão ecológica, que se requer para criar um dinamismo de mudança duradoura, é também uma conversão comunitária.” 13

“Implica ainda a consciência amorosa de não estar separado das outras criaturas, mas de formar com os outros seres do universo uma estupenda comunhão universal.” 14

“(...) uma pessoa, ouvindo no Evangelho Jesus dizer – a propósito dos pássaros – que ‘nenhum deles passa despercebido diante de Deus’ (Lc 12, 6), será capaz de os maltratar ou causar-lhes dano? Convido todos os cristãos a explicitar esta dimensão da sua conversão, permitindo que a força e a luz da graça recebida se estendam também à relação com as outras criaturas e com o mundo que os rodeia, e suscite aquela sublime fraternidade com a criação inteira que viveu, de maneira tão elucidativa, São Francisco de Assis.”15

Este caminho sinodal que iremos percorrer ao longo deste ano de 2023 e, particularmente, neste tempo de Quaresma que se aproxima, oferece-nos uma grande oportunidade para a conversão pessoal, comunitária, missionária e eclesial.

Finalmente, o suíço e Cardeal-teólogo Charles Journet interpreta as nossas legítimas questões interiores sobre (os nossos) atrasos na conversão interior:

“As dificuldades de evangelizar o mundo são menores hoje do que no tempo de São Paulo? Não ficará a Igreja dilacerada no seu coração até o fim dos tempos, pensando na imensa massa daqueles que lhe são hostis, ou que só olham para ela com indiferença, ou que só se aproximam dela com desconfiança? Não deveria ela própria apelar a Deus, contra os atrasos na conversão do mundo, e retomar as próprias palavras e a súplica de Maria da Encarnação, a santa Ursulina do Québec: ‘Ó Pai, por que te atrasas? Há tanto tempo que o meu Bem-amado derramou o Seu Sangue! Eu postulo pelos interesses do meu Esposo... Prometeu-lhe as nações como herança e ainda não lhas deu! Não terá ela de se queixar ao próprio Jesus sobre a tarefa impossível que Ele lhe deu antes de a deixar? 16

O escritor Charles Péguy (1873-1914), descreveu, em seu tempo, as marcas de uma alma pecadora, denunciando em particular as de uma “alma habituada”:

Há algo pior do que ter uma alma perversa. É ter uma alma habituada. Assim, vemos tantas falhas na eficácia da graça que, embora ganhe vitórias inesperadas nas almas dos maiores pecadores, muitas vezes permanece inoperante com as pessoas mais honestas. Pois estes não têm qualquer defeito na sua armadura. Não estão feridos. Sua pele de moralidade constantemente intacta os torna couros e couraças impecáveis. Eles não apresentam aquela entrada para a graça que é essencialmente pecado. Foi porque um homem estava no chão que o samaritano o levantou. Foi porque o rosto de Jesus estava sujo que Verônica o limpou com um lenço. Agora aquele que não caiu nunca será levantado, e aquele que não está sujo nunca será limpo. As pessoas honestas não se molham na graça.” 17

Que o Espírito do Senhor, neste tempo de Quaresma, visite as nossas intenções e intercessões comunitárias, bem como as nossas inteligências e mentalidades e, em particular, tudo o que em nós se deixou acomodar, insensibilizar e resignar, a fim de entrarmos todos numa nova vida em Cristo, mais confiantes e acolhedores das necessárias conversões!

1 Cardeal Charles Journet, L’ Eglise du Verbe incarné (A Igreja do Verbo Encarnado), Livro II, cap. III

2 Santo Agostinho, Sermão 168, n. 6. Citado por Charles Journet, L’ Eglise du Verbe incarné (A Igreja do Verbo Encarnado), Livro II, cap. II.

3 cf. Pierre Hadot, Exercices spirituels et philosophie antique. Ed. Albin Michel, 2002.

4 Cardeal Charles Journet, L’ Eglise du Verbe incarné (A Igreja do Verbo Encarnado), Livro III, cap. IV.

5 Papa Francisco, Discurso à Cúria Romana para as Felicitações de Natal, 23 de dezembro de 2021.

8 Papa Francisco, Discurso à Cúria Romana para as Felicitações de Natal, 23 de dezembro de 2021.

9 cf. Papa S. João Paulo II, Carta Encíclica Redemptoris Hominis, 1979, n. 15.

10 Papa Francisco, Carta Encíclica Laudato Si’, n. 14.

11 Ibidem, n. 217.

12 Ibidem, n. 218.

13 Ibidem, n. 219.

14Ibidem, n. 220.

15 Papa Francisco, Carta Encíclica Laudato Si’, n. 221.

16 Cardeal Charles Journet, L’ Eglise du Verbe incarné (A Igreja do Verbo Encarnado), Livro III, cap. IV.

17 Charles Péguy, Note conjointe sur la philosophie de M. Descartes, 1914.